Os trapézios são peças fundamentais em operações que possuem máquinas elétricas em minas a céu aberto.
São usados em pares, eles elevam o cabo para garantir a passagem de equipamentos em acessos, praças de carga (são fundamentais para o carregamento bilateral em Shovels) ou áreas de perfuração e desmonte (nesse caso, o mais prático é o uso de passarelas/crossovers).
Eles são constituídos basicamente de uma base pesada e uma haste longa.
Em relação à base temos dois tipos básicos:
- Base montada com pneu OTR e preenchida de concreto – a base mais comum de ser ver.
PROS:
- Usa-se pneus OTR sucatas, com custo zero de aquisição para a companhia;
- O concreto utilizado para preencher o pneu é relativamente de baixo custo;
CONTRAS:
- Apresenta desgaste do pneu devido atrito com o piso, o que exige reformas da base após alguns anos de operação.
- Base metálica em formato de Skid – nessa configuração a base é montada utilizando-se chapas e vigas metálicas, o formato Skid ajuda no deslocamento da peça em qualquer tipo de piso.
PROS:
- Muito durável.
- Seu formato facilita o deslocamento em pisos de baixa compactação.
CONTRAS:
- Devido a base ser inteira em metal, maior custo em relação ao trapézio de base de pneu.
Tópicos sobre operação com trapézios
Seu centro de gravidade é muito baixo, por isso seu tombamento durante a operação é muito improvável.
Faixas refletivas ou lâmpadas solares no trapézio são importantes para dar maior segurança em operações noturnas – os operadores de caminhão irão ver o trapézio com facilidade.
Trapézios com Braço guia são os mais indicados, pois o braço alinha o cabo elétrico para fora das vias e evita o contato do cabo com a lâmina do trator de pneus ou de esteira durante a movimentação do trapézio.
Deve ser evitado grandes e pesadas roldanas na ponta do trapézio, pois durante as movimentações existe muita vibração na haste, o que pode causar quebras nessas roldanas.
Geralmente esses trapézios são empurrados, especialmente no caso de trapézios de base de pneu, o desgaste para deslocamentos acima de 200 m é bem acentuado.
Para distancias longas recomenda-se o transporte do trapézio em prancha (low boy) ou então utilizando-se uma carregadeira de grande porte (essa operação deve ser avaliada e padronizada de acordo com os procedimentos de segurança de cada operação).
Os trapézios de acesso devem estar abertos garantindo a largura mínima de acesso padrão da mina, medindo-se a partir da lateral dos pneus.
Os trapézios de praças podem ser abertos com largura de vias de mão dupla ou simples, fica a critério da operação (obs: importante se conhecer o limite máximo de abertura que cada trapézio suporta, no caso dos trapézios da RealTec as simulações garantem abertura de até 60 metros sem nenhum problema).
A distância média entre o par de trapézios da praça de carga e a shovel fica entre 50 a 100 metros, trapézios mais próximos do que 50 metros podem atrapalhar a manobra dos caminhões, trapézios mais distantes do que 100 metros atrapalham a operação do trator de pneus (lembre-se que o trator de pneus deve ficar auxiliando a praça da Shovel, se o trapézio da praça ficar muito distante o tempo gasto em deslocamento pelo trator de pneus será mais alto).
Deve-se evitar que o cabo elétrico que passa pelo par de trapézios fique com muita folga (fique “bambo”), pois a redução da altura do cabo elétrico pode ocasionar acidentes (danos no cabo elétrico causados pelo contato com a carga dos caminhões).
Recomenda-se muito cuidado ao reposicionar o par de trapézios das praças das shovels, a operação deve ser bem acompanhada, para evitar acidentes como o tensionamento exagerado do cabo.
Recomenda-se sempre deixar uma boa sobra de cabo entre o trapézio da praça e a shovel, para que a shovel consiga avançar em direção ao talude sem ter risco de tensionar o cabo elétrico, garantir que isso ocorra bem geralmente é função do eletricista ou do líder NR10, sendo que o supervisor de carga e transporte é o gestor da atividade.
É muito importante que se use o suporte banana nos cabos que são elevados nos trapézios, pois eles garantem a curvatura mínima segura para o cabo, evitando danos.
Importante relembrar que os suportes bananas são isolantes elétricos.
O içamento do cabo elétrico nos trapézios pode ser feito pelas seguintes vias (mais comuns):
Usando cordas e freio – nessa operação é importante ter boa comunicação entre a equipe, necessário que os freios estejam em bom estado de funcionamento e conservação. Um ponto negativo do uso de cordas é a perda de resistência da mesma devido a ação das intempéries, sol, etc.
Usando cabo de aço e manilhas – o içamento é feito por arraste (como no caso das cordas), porém não se usa freio. O cabo de aço fica preso utilizando-se clips/manilhas para cabo de aço;
Usando cabo de aço e guincho elétrico – nesse caso utiliza-se um guincho elétrico e cabo de aço, essa operação pode ser feita com um controle remoto, o que traz mais segurança a operação de içamento.
O reposicionamento curto dos trapézios das praças de carga é feito geralmente com o cabo energizado, em algumas operações a shovel continua sua operação de um lado apenas (lado de fora do trapézio), em outras operações se paralisa momentaneamente a operação da shovel para efetuar o reposicionamento do par de trapézios da praça, porém sem desenergizar o cabo.
O reposicionamento é feito geralmente empurrando os trapézios com um trator de pneus, um líder NR10 fica orientando a operação no chão, em local seguro.
Bons trapézios são muito importantes em operações que tem shovels elétricas, são fundamentais para acessos, praças de carga e perfuração, devem ser de boa qualidade, práticos e funcionais.
Equipe RealTec